Começa hoje a nossa volta ao mundo!
Foram mais de 2 anos de planeamento e hoje a 18 de Junho de 2018 o dia chegou finalmente!
Obrigado a todos os familiares e amigos pelo apoio, esperemos que também viajem connosco!
Mas antes de começarmos, vamos fazer uma pequena introdução para nos ficarem a conhecer melhor e podermos explicar um pouco o nosso projeto.
Enquanto trabalhávamos, viajávamos apenas nos 22 dias úteis disponíveis, normalmente duas vezes por ano, para além de alguns fins de semana em que aproveitávamos para fazer alguma escapadinha, mas o tempo era sempre curto, sentíamos que quando nos estávamos a adaptar ao país e a desligar, já era hora de voltar. Viajar sempre foi uma das nossas maiores paixões e foi crescendo nas nossas prioridades à medida que íamos viajando mais, talvez também por acompanharmos desde há muito tempo, blogs e redes sociais de outros viajantes, portugueses e estrangeiros.
A leitura de livros (sobretudo a Lili) de viagem, também nos fez despertar o interesse por querer conhecer outros povos, outras culturas e paisagens distintas daquelas que estamos habituados.
A vontade de viajar mais, foi ganhando força e aquela ideia do trabalhar para comprar coisas, não estava a fazer grande sentido…se o objectivo da Vida fosse esse, os milionários não morriam!
Foi ao ler alguns relatos de outros viajantes que tinham deixado tudo para viajar que começamos a pensar em fazer o mesmo! Pesquisámos mais sobre o assunto e conversámos durante algum tempo sobre qual seria a melhor forma de o fazer para irmos amadurecendo a ideia. Tínhamos uma vida estável, sem grandes sobressaltos financeiros e não se toma uma decisão destas de um dia para o outro.
Quanto mais falávamos do tema, mais tínhamos a certeza de que era isto que queríamos fazer, apesar de alguns amigos e familiares dizerem que éramos malucos, não mudamos o nosso rumo e sem estabelecermos previamente uma data, fomos tomando decisões que nos colocavam cada vez mais perto do que nunca da realização do nosso sonho. Por isso, os gastos eram cada vez mais repensados e escassos.
Geralmente, quase todos dizem que é preciso coragem para o fazer, mas a verdade é que depois de tomarmos a decisão e de termos dado os primeiros passos, é uma espécie de bola de neve. E, no final, a sensação de liberdade e paz de espírito foi o que sentimos, não tínhamos "nada", mas estávamos muito felizes (não quer dizer que aconteça com todos).
Nós preferimos arriscar agora, a lamentarmos não o termos feito, daqui a uns anos, pois seria certamente ainda mais difícil tomar uma decisão deste género.
Mas falando no nosso caso em particular, foi necessário algum tempo para o fazer, de modo a conseguirmos acumular o máximo dinheiro possível. O primeiro grande passo foi vender todo o stock da empresa (Nuno), receber o que por lá andava, foi um processo algo demorado de modo a ter o menor prejuízo possível. Tratar das burocracias para o encerramento da mesma.
A venda dos carros foi o passo seguinte, logo seguida da carta de despedimento (Lili) e, por fim, a venda da casa, com tudo o que isso envolve, cancelamento de contratos, mudanças e afins...A escritura foi feita 3 dias antes da partida e, nesse dia, ainda tivemos que tratar de coisas de última hora. Todo este processo demorou cerca de um ano.
Parte da venda daquilo que tínhamos servirá para financiar a maior aventura das nossas vidas (pensamos nós).
O que temos planeado são dois anos de viagem pela Ásia, Oceânia e América do Sul, sempre susceptível a alterações, claro, com uma interrupção para matar saudades da família, dos amigos e da terrinha pelo meio.
O mais difícil terão sido as despedidas, mas mesmo essas serão idênticas ou talvez mais fáceis do que para muitos dos nossos emigrantes quando saem de Portugal para voltarem aos países de acolhimento para trabalhar...o caso deles deve ser bem mais duro.
Durante esse período, fomos também à consulta do viajante e tomámos as vacinas necessárias, avaliámos e comprámos um seguro de viagem e, por fim, comprámos os voos.
Houve ainda algum estudo sobre locais a visitar em alguns países, assim como algumas características de cada um deles, como a meteorologia e os vistos.
Para quem está a pensar fazer o mesmo e não sabe como, ficam aí os traços gerais.
Escusado será dizer que houve também, durante bastante tempo, uma poupança e cortes em algumas despesas de forma a amealhar mais uns euros.
Quem não tem coisas para vender, é mais simples...é só poupar e fazer-se à estrada!
Se mesmo assim, ainda não dá, é porque não tens mesmo viajar como prioridade e não tem mal nenhum, só tens é que parar de arranjar desculpas :)
Gostávamos de ter feito esta viagem mais cedo, mas no caso do Nuno começou a trabalhar cedo depois de ter terminado o 12º ano, aos 19 anos já tinha criado a empresa e isso foi tornando cada vez mais difícil arranjar disponibilidade para viajar, muito mais por períodos longos. Depois de 16 anos, tomou finalmente a decisão difícil de vender a empresa, mudar de vida e abraçar este novo projeto.
Já a Lili, depois de ter acabado o curso, numa altura em que era bastante difícil arranjar um trabalho muito menos bem remunerado, conseguiu finalmente algo em 2011. Alguns anos depois era necessário um novo desafio e este foi sem dúvida o maior de sempre.
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