Cabeçalho

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segunda-feira, 1 de julho de 2019

CHINA

Trinta e oito dias na incrível China!


A primeira paragem foi em Cantão (Guangzhou), como não há 2 sem 3, ficámos novamente em casa de amigos, neste caso da Cátia e do Luís que vivem na China há quase cinco anos. Muita conversa e algumas iguarias portuguesas, fizeram com que a entrada neste enorme país não fosse assim muito estranha.
Mais uma vez obrigada por nos terem recebido tão bem.


Entrámos por Hong Kong pelo novo trajeto de comboio bala que em pouco mais de duas horas faz a ligação das duas cidades. A cidade é enorme e, é assim uma espécie de centro empresarial e comercial mundial, tudo se fabrica e vende ali, o "fakemarket" é também uma espécie de ponto obrigatório, há tudo o que se possa imaginar "same same original", dizem eles.


Era hora de seguir caminho, o país é grande e não íamos ter o tempo que queríamos para o percorrer, escolhemos Guilin como o destino seguinte, dali visitámos Yangshuo, que é um pouco mais pequeno e mais bonito, quanto a nós. Há de tudo para o turista ali, passeios de barco, jangada, cavalo ou até helicóptero. Nós alugámos uma mota eléctrica e andámos por ali meio perdidos a tentar fugir às multidões.

Foi também de Guilin que nos deslocámos à zona de Longshen, a Lhazi, para ver os campos de arroz da zona, património mundial. No caminho ainda fomos convidados por uma simpática senhora a ir comer ao seu restaurante e acedemos, preparou-nos um "Bamboo Lice", como dizia de forma muito engraçada, muito característico da zona onde habita a etnia Yao, com a particularidade das mulheres terem o cabelo muito comprido.


Ficámos algo espantados quando vimos que tinham construído um teleférico para ver os campos mais facilmente do topo da montanha (mesmo à China). Toda a zona é bastante bonita, assim como o percurso para lá chegar. Estranho ou talvez não é a construção de hotéis, sem grande regra mesmo ali em plena enconsta, estragam um pouco o cenário, mas...eles lá sabem. Tivemos que pagar uma taxa de 100 yuan para entrar na zona.

De Guilin para Zhangjiejieng fizemos de comboio noturno, quase doze horas, que até se passaram bem. Uma boa opção, em que se poupa principalmente no alojamento, porque o preço da cama em relação ao do assento de segunda classe do comboio bala, quase não existe.

Não havia comboio direto para Zhangjiajie, a solução foi andar uma hora em sentido contrário, para depois fazermos onze horas no comboio noturno, para este destino ainda não há comboio rápido. Foi chegar, deixar as mochilas num cacifo e seguir para a Tianmen Mountain mesmo ali ao lado. Subimos de camioneta por uma estrada com 99 curvas e mais algumas, boas para o "drift" e descemos de teleférico. No preço de 28€ já está incluído, o transporte e a taxa do parque nacional e deu para pagar com o Revolut.




Ali está a famosa "Heaven's gate", com a sua impressionante escadaria com 999 escadas, onde já foram realizados alguns eventos radicais (podem ver no YouTube). A subida parece mais fácil do que o que é, a determinada altura os degraus ficam estreitos e a inclinação aumenta, mas nada que não se faça.

Numa das zonas em que é necessário passar para um patamar superior da montanha, não fossemos estar na China, decidiram abrir o interior da mesma e construir escadas rolantes, imaginem a maior que conhecem e multipliquem por sete! É também nesta montanha que estão os famosos passadiços em vidro, muito populares em vários vídeos que por aí andam. A travessia dos mesmos não está incluída no bilhete, pelo que terá um custo de 0.75€, por travessia. Pessoas com vertigens, poderão passar um pouco mal ali, mas foi divertido...como dizia o outro, se cair tenho seguro. 😂


Já no final do dia regressámos à cidade, mas decidimos ficar alojados numa cidade bem mais pequena, Wulingyuan, mesmo numa das entradas do parque nacional de Zhangjiajie, o tal parque que inspirou os realizadores do filme Avatar.
Mais uma vez o bilhete não é propriamente barato, fica em 30€ para 4 dias, apenas os autocarros e a taxa do parque estão incluídos nos bilhetes, teleféricos e elevadores são à parte, o preço é o mesmo para os chineses, que são a grande maioria dos turistas no seu próprio país, estrangeiros vimos muito poucos.
Neste caso é bom que estejam em forma e entrem no parque cedo, caso contrário é quase inevitável terem que pagar por um desses transportes e o preço não é nada baixo, ronda os 10€, por viagem.


Aqui levámos uma das maiores coças dos últimos tempos, com quase cinco quilómetros de escadas, maioritariamente a subir, curioso ou talvez não, foi não termos visto praticamente ninguém a fazer o percurso, apesar de estarem centenas de pessoas no parque. A maioria fica-se pelos miradouros que têm um acesso bem mais fácil, através dos tais elevadores e teleféricos.
O parque é bem grande e tem pontos de incrível beleza. Aconselhamos o primeiro sítio onde fomos, Tianzi, a zona do Avatar, o percurso até Yangjiajie e a descida pelo avatar também é engraçada, principalmente quando se chega perto do rio.
Foram cinco dias cansativos, mas muito bem passados, entrou para o nosso Top 5, em lugares de natureza.

Só quando se viaja na China é que se tem a real noção da dimensão do país, é tudo gigante. O comboio bala veio ajudar a encurtar muito as distâncias, mas mesmo assim é preciso tempo, por isso estávamos na dúvida se iríamos a Chengdu ou não, acabámos por ir.
Foi assim uma espécie de visita de médico, no primeiro dia fomos até à cidade "vizinha" (1h, comboio rápido) de Leshan, ver o famoso Buda gigante, dizem que é o maior do mundo esculpido na pedra e já não deu tempo para muito mais, depois de termos entrado num autocarro errado que não ia para a estação, viajámos sem internet na China e por vezes acontecem estes percalços.


Já no dia seguinte, fomos a um dos centros de "reprodução" de pandas, uma espécie da zona, que está em vias de extinção. Se por um lado aproveitam, para fazer dinheiro com tudo o que é souvenirs, por outro, o centro apresenta excelentes condições para os animais, que ao que parece e, apesar das dificuldades de reprodução que têm, lá vão aumentando de número. Ali têm maternidade, enfermaria, hospital, museu e mais qualquer coisa, tudo em prol dos pandas. Escusado será dizer que é a imagem de marca da cidade, que tem pandas em tudo o que é lugar.


Apenas a 3h de comboio bala está Xian, cidade que fazia parte da rota da seda, talvez por isso, a comunidade muçulmana é grande e até têm um bairro muçulmano, uma mistura bem engraçada, agora imaginem como é a negociação. Mas esta cidade é famosa, por ser o local onde foram descobertos os soldados de terracota, não há muito tempo. Foi em 1973 enquanto uns camponeses faziam um furo, que descobriram os primeiros, desde então continuam as escavações, estima-se que sejam mais de 8000 figuras, com a particularidade de serem todas diferentes.
É algo de uma imensidão épica se tivermos em conta a antiguidade, os pormenores e a quantidade. Segundo dizem, o tal Imperador que os mandou construir, queria um exército para o proteger depois da sua morte, terá conseguido?


A data para a entrada na Coreia do Norte aproximava-se e seguimos para a cidade histórica de Pingyao, património mundial, pois está claro, bastante diferente do que tínhamos visto até aqui, pelo menos dentro da muralha não se vê nenhum arranha céus.

Como já não tínhamos muito tempo, dali fizemos mais de mil km durante umas 18h de comboio até Panjin, onde o exlibris é a praia vermelha, ou era suposto estar. O que não aconteceu...dizem que é mais para o fim de Setembro, deu para ter um cheirinho em determinadas zonas onde se iam formando algumas zonas de tom vermelho. Ficou uma história engraçada da forma como chegámos lá, para não pagar táxi, apanhamos 3 boleias em apenas quinze km, isto porque como não nos entendiam deixavam-nos junto a um táxi, lá tínhamos novamente que tentar explicar que não queríamos e esperar pela seguinte, até que finalmente apareceram dois casais que fizeram questão de nos levar até á zona em troca de umas quantas fotos no final.



Ainda fomos até um outra zona costeira um pouco mais a sul, mas que não achamos interessante. Estranho foi termos assistido a um assalto em plena luz do dia, algo que é pouco usual, numa China super seguro e com câmaras por todo o lado.

Dandong, foi a última paragem antes de entrarmos na CN, não tínhamos nada planeado para fazer, mas precisávamos de alguns euros para pagar o valor em falta da ida à CN e foi o verdadeiro filme, acabamos por trocar dentro do banco da China com uma senhora que fazia câmbios no mercado negro, sempre sob o olhar dos funcionários, isto porque turistas não estão autorizados a trocar ali, mas não encontrámos outra solução. Peripécias de parte jantámos num dos melhores restaurantes da cidade, um italiano para matar saudades, assim como uma espécie de último desejo.

Ida à...

De volta à China.

Chegámos a Datong um pouco cansados, foram quase 24 horas de viagem, a luz do dia já não era muita e não tínhamos reserva de hotel. Como não encontrámos o que tínhamos sinalizado, ficámos num outro bem melhor, embora mais caro, mas tinha começado a chover e estávamos a precisar de uma boa noite de sono.
Já no dia seguinte encontrámos o tal hostel, mais em conta, pousámos as mochilas e seguimos num dos autocarros que nos levou até às famosas grutas a uns 45 min de distância da cidade. Depois de tantos templos e Budas visitados este ano, ainda conseguimos ficar surpreendidos pela espetacularidade do local, são dezenas de grutas, com milhares de Budas esculpidos na pedra, alguns deles enormes, mas nem sempre em bom estado.


No dia seguinte, e com a companhia de um malaio e um Chinês, partilhámos um táxi que nos levou até outro dos pontos de interesse da zona, o templo suspenso, um templo impressionante construído numa escarpa já com umas boas centenas de anos, que nos deixou a pensar na dificuldade que tiveram em fazer aquilo na altura. Desde Datong ainda demorámos uma hora e meia para cada lado, com algum stress à mistura, depois de nos termos apercebido que o motorista ia dormitando durante o percurso.


Chegámos finalmente ao centro histórico, que está a ser reconstruído, onde se destaca a muralha que define os limites da parte antiga da cidade e de onde dá para ter uma boa perspetiva de todo o centro.


De Datong fomos até Hohhot na Inner Mongólia, mas não foi grande ideia, a verdade é que estávamos tão cansados que ficámos lá dois dias e não fizemos praticamente nada, a não ser uns passeios pela cidade, escrever uns textos e atualizar as redes sociais. Tanto Datong como esta, são zonas com poucos turistas estrangeiros, então éramos olhados um pouco como extraterrestres. Foi engraçado, foram mesmo muitos os que nos cumprimentaram ou tentaram ajudar.
Já um pouco melhor fomos para mais um comboio noturno e chegámos finalmente ao nosso último destino na Ásia e de onde regressaríamos a Portugal, a capital Pequim.


Ficámos alojados numa zona que foi reconstruída bem perto da praça Tianamen, que é enorme e onde os controlos de segurança são bem apertados, ali bem perto da Cidade Proibida e mais alguns museus, juntamente com o Parlamento. As temperaturas estavam a rondar os 37°, o cansaço acumulado era muito e já não estávamos com muita disposição para grandes caminhadas, mas não havia grande hipótese e lá fizemos mais uns bons quilómetros. Aqui o alojamento é mais caro do que os restantes lugares onde estivemos na China.
Claro que não podíamos deixar de ir à grande muralha, são vários os pontos de onde se pode ver ao longo dos milhares de kms de extensão que tem. Escolhemos um dos que tem mais fácil acesso perto de Pequim, por ser dos sítios em melhor estado. Fomos a Mutianyu, para lá chegarmos, apanhámos um metro e dois autocarros. Neste último, conhecemos uma rapariga de Taiwan que estava com pressa e foi de Didi o Uber do sitio e nos deu boleia.



À chegada, perto da muralha, e sendo um dos principais pontos de visita, não podia faltar o teleférico neste caso dois. O preço para a muralha propriamente dita não é caro, mas não estávamos com vontade de subir escadas com 37°, pelo que acabámos por gastar mais, quase todos os pagamentos fizemos com o Revolut, que funcionou bastante bem.
Quando chegámos já perto das 15h, e sendo dia de semana, não estava tanta gente como diziam, ainda deu para ter uma boa perceção da imensidão depois de fazermos uns 4kms, com as energias no mínimo voltámos ao hostel.

Chegou o dia 25 de Junho, o último dia em território asiático, a ansiedade estava bem presente e já só pensávamos no regresso. Como o voo era na madrugada do dia seguinte, só fomos para o aeroporto depois de um belo jantar num típico restaurante chinês.

A China foi uma bela surpresa, gostámos bastante, apesar de tudo ser exageradamente gigante, mas houve mais coisas boas do que más.

Curiosidades e dicas:

Uma das imagens que ficaram na nossa memória foram os muitos controlos de segurança em tudo o que é entrada dos transportes e, por vezes, em praças...Para uma série de situações pedem o passaporte, é por isso indispensável andar sempre com ele.
Os transportes nas cidades são muito baratos, autocarros a partir de 0.15€ até 0.50€ e metros começam nos 0.5€.

Nos comboios os bilhetes podem parecer caros, quando se paga uns 35€ por 3h de viagem, mas como andámos uns 800km, não é assim tão dispendioso. Outra opção serão os comboios noturnos, mais lentos e, como a viagem é feita a dormir, pode ser uma boa solução, tirando a parte em que fumam entre as carruagens. 
A grande vantagem será a poupança na estadia que, por sinal, não é assim tão cara na maioria dos lugares, a média ficou nos 15€, por quartos privados com wc.

Na alimentação, também é possível gastar pouco com pratos por menos de 2€ nos restaurantes mais económicos e a rondar os 4€ nos normais.


Caras são as coisas para turistas, sejam eles chineses ou estrangeiros, aqui não fazem distinção, mas foi talvez a única coisa que ficou acima do que pensávamos. E eles pagam todos contentes, invadem tudo com as suas milhentas excursões, pensávamos que era mais quando iam para fora da China, mas para eles férias é em grupo.
Não é fácil a compra de um cartão de internet, só nas grandes cidades e em locais específicos, para além disso, a maioria das "nossas apps" não funcionam (FB, Google, Instagram...), Pelo que é necessário o uso de um VPN (pago), mas mesmo assim podem ter alguma dificuldade em alguns sítios.

Usa alguma aplicação (trip.com) para ver os comboios e faz printscreen, com o número do comboio que pretendem torna-se mais fácil a compra na estação e sempre poupam 3€ por bilhete do que a compra na tal "APP".

Tudo é enorme na China, por isso tenham sempre isso em conta em qualquer deslocação, algumas estações de comboio são do tamanho de aeroportos. As cidades então, cada uma maior do que outra, não se iludam é tudo enorme, como nunca tínhamos visto. Infraestruturas estão sempre a construir, passamos por mais túneis aqui, do que na nossa vida toda.

Talvez por haver ou ter havido muita falsificação de dinheiro, o uso do mesmo é cada vez mais raro, pagam tudo com uma aplicação de telemóvel We Chat, que para além de ser uma rede social, também dá para fazer pagamentos através do QR code, entre outras coisas. E pagam mesmo tudo com aquilo, desde o pacote de rebuçados, ao bilhete de autocarro, alojamentos ou uma peça de fruta. Nós usamos o Revolut e funcionou bem na grande maioria dos sitios.

Têm também um sistema de pontos aos cidadãos, idêntico ao nosso da carta de condução, em que cada vez que cometem alguma irregularidade, lhes são retirados pontos, que resultaram na perda de direitos enquanto cidadãos. O controlo é rigoroso e câmaras de vigilância estão literalmente em todo o lado. Andar de mota nos passeios ou em sentido contrário, não devem entrar nessa contabilidade.

É um dos países que mais contribui para a poluição mundial, porque são mesmo muitos e também porque fabricam como sabem tudo e mais alguma coisa, no entanto neste momento será talvez o que mais a combate, com incentivos ao uso do comboio, que tem uma rede excelente, ao invés do avião ou autocarros, principalmente para as distâncias longas. Têm carros, autocarros e motas eléctricas, fabricadas no país.

Existe um sistema de partilha de bicicletas em todas as cidades do país (mobike). Painéis solares de aquecimento de água e foto voltaicos são muito comuns.
Têm plantado também milhares de árvores, vêm-se muitas, principalmente ao longo das estradas.

Assim que arranjarem alternativa às centrais a carvão, irão dar um enorme passo, nesse sentido.
Algo cultural, mas um pouco estranho para nós, é o facto de arrotarem ou largarem gases com efeitos nocivos, em qualquer lugar...Respeitarem as filas também não está no adn e qualquer desculpa é boa para passar.
Na maioria dos casos compensa fazer a reserva de hotel na internet, para além de ser difícil negociar porque algumas vezes não percebem o que se pretende...ou também peças enormes distâncias que poderão existir entre alojamentos.

O Nuno ficou fã destas sopas, a maioria delas, demasiadamente picantes.

 

38 dias na China 
Entramos por HK, para Guangzhou, dali para Guilin, Zhangjianjie, Chengdu, Xi An, Pingyao, Panjin, Dalian, Dandong. Depois da Coreia do Norte, fomos diretamente para Datong, Hohhot e finalmente Pequim.
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