Cabeçalho

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terça-feira, 10 de setembro de 2019

CAMINHO DE SANTIAGO

Caminho Santiago de Torres e Central


Fazer um dos Caminhos de Santiago era já um desejo antigo, mas a falta de tempo foi adiando esse objetivo. Esse dia chegou finalmente, tivemos quinze dias livres na nossa volta ao mundo, nem pensámos duas vezes e fizemo-nos à estrada.

Saímos de Guimarães, claro, pela nossa cidade passa o Caminho de Torres que começa em Salamanca e tem na sua totalidade 560km. Sem disponibilidade e talvez energia para o fazer desde o início, decidimos optar por uma distância mais curta, supostamente seriam 210km.

O ponto escolhido para a partida foi a conhecida Praça de Santiago, isto porque antigamente ali existia precisamente uma capela em honra deste santo.

Confessámos que não fizemos grande preparação, nos doze meses de viagem tínhamos caminhado bastante e achámos que não seria necessário grande preparação.

Usámos a nossa mochila de viagem, com roupa para 3 dias, que iríamos lavando ao longo das etapas, as sapatilhas de caminhada, chinelos, um lençol tipo saco de cama para usar nos albergues, toalha, os produtos de higiene e estávamos prontos, totdo esse material consegues encontrar na Decathlon.

A primeira etapa ligava Guimarães a Braga num total de 21km, que foram concluídos com relativa facilidade, apesar de conhecermos bem a zona passámos por diversos sítios pela primeira vez.

O primeiro albergue onde pernoitámos é ali bem perto da Sé e fomos os únicos peregrinos nessa noite. 

Já a segunda etapa e mais longa que fizemos em todo o caminho, ligou Braga a Ponte de Lima num total de 37 km. Com bastante calor, apesar de termos saído bem cedo, ficámos logo com a percepção que não iria ser tão fácil como estávamos a pensar. Chegámos exaustos à vila mais antiga de Portugal e sem nos termos cruzado com ninguém durante todo o percurso, que está longe de ser o mais bonito. Foi durinho não vamos negar, o muito calor que se fez sentir, foi o nosso principal obstáculo.

Chegámos já a meio da tarde e foi por pouco que ainda garantimos uma cama no albergue, ali dá-se a junção com o caminho central e é bem perceptível a quantidade de peregrinos, que escolhem Ponte de Lima para pernoitar.

Aproveitámos a presença de uns amigos e acabámos o dia a beber umas cervejinhas, num dos bares da zona histórica.

Ainda não eram seis da manhã e já se fazia sentir o burburinho no albergue, estava lotado e ninguém queria apanhar o pico do calor. Fizemos o mesmo e seguimos caminho, por incrível que possa parecer, já não tínhamos praticamente dor e estávamos bem melhor.

Já depois da saída de Ponte Lima, tivemos a famosa Labruja de que tanto nos falaram, quase impossível de trepar em bicicleta, a pé tivemos um pouco mais de facilidade, mas não muita. Chegámos ao topo com necessidade de respirar fundo, aproveitamos também para apreciar a vista, ao mesmo tempo que nos refrescávamos num tanque ali perto. 


Aproveitámos e repusemos algumas das calorias perdidas, com umas snacks e fruta que tínhamos comprado no dia anterior.

Foi nesse dia, o terceiro que tivemos companhia de outros peregrinos, curiosamente poucos portugueses. Com alguns deles acabámos por nos cruzar várias vezes até Santiago.

Acabamos por não avançar muito mais e ficámos no albergue de Rubiães, ali era garantido que tínhamos cama, porque ainda era cedo quando chegámos e no próximo, que ainda ficava a uns 7 km poderia já não haver. Tínhamos tempo e soube bem passar a tarde na conversa com o resto da malta.

Passámos a bela cidade de Valença, onde aproveitámos para fazer um reforço alimentar num dos supermercados e seguimos novamente caminho, até ao destino desse dia que seria Tui. Era bem visível a maior afluência de peregrinos, com o preenchimento total de todos os albergues públicos a cada dia que passava. Neste caso, ficou esgotado pouco depois das 15h.


Entrávamos agora nos últimos 120 km, já não faltava tudo.
Acabámos a etapa em Mós, desta vez até tivemos direito a um quartinho só para nós. Sempre deu para descansar um pouco mais, sem o roncar do costume.


Passámos por Redondela bem cedo e pouco depois por Arcade, até chegarmos a Ponte de Vedra, neste que é também um ponto de junção com a malta que vem pelo caminho da costa. 
O resultado e mesmo chegando cedo foi termos sido os primeiros da fila a ficar sem cama, não tínhamos parado para descansar, só mesmo para comer qualquer coisa e mesmo assim, não conseguimos.

Atrás de nós um rapaz de Sevilha e uma Húngara, com quem fomos á procura de poiso, mas não estava fácil encontrar lugares em conta e a solução foi dividirmos um quarto quadruplo. Acabamos por fazer o resto do caminho com eles e mais alguma malta que se foi juntando.

Foi nesta etapa que decidimos ir pelo caminho espiritual, numa tentativa de fugir ao congestionamento de peregrinos. Foi claramente uma boa aposta, apesar de termos que fazer uns quilómetros extra.


Este trajeto levou-nos a Arousa vila piscatória, não sem antes termos que superar mais uma serra e uma noite extra em Armenteira, numa pequena aldeia, com um albergue praticamente novo, bela descoberta.

Nasceram nos últimos dias algumas amizades e claro, no final de cada etapa os convívios iam aumentando. Sempre ajudam a superar melhor o cansaço que se vai acumulando. Este último albergue, tem a particularidade de estar inserido no pavilhão municipal.

De Vila Nova de Arousa até Faramello, parte da etapa é feita de barco, num trajeto muito bonito, mas onde sofremos com o frio que se fazia sentir aquela hora da manhã. Um pequeno almoço e um café bem quente em Padrón para recuperar e estávamos prontos para seguirmos caminho.


Partimos para a última etapa, eram os últimos 17km. Foi das etapas mais curtas, mas parecia que a chegada a Santiago não chegava, andávamos para ali ás voltas com Santiago de fundo.

Objetivo superado! Chegámos a Santiago de Compostela no domingo dia 8 de Setembro, foram mais de 260km em 9 dias, algum sacrifício e superação, acompanhado de convívio e novas amizades. Gostámos da experiência, nem é preciso ir assim tão longe, para se fazer uma viagem engraçada.

Constatar novamente que a idade é apenas um número, vimos gente a fazer o caminho com 70 e 80 anos, com mais ou menos peso, com esforço e querer tudo se consegue.
É uma forma de "viajar" diferente, mas igualmente interessante.

Qualquer dia fazemos o francês!


Curiosidades e dicas

-Levar calçado específico para caminhada, daqueles que têm uma sola resistente e de preferência que já tenha alguns kms.
-Roupa leve e que seque rápido.
-Meias que façam um bom arejamento dos pés.
-Lençol ou saco de cama para os albergues.
-Dependendo da altura do ano, um impermeável pode ser bastante útil.
-Não levem muita coisa nas mochilas, porque vão ter que a carregar, nós tínhamos em média 5kg cada um já com as garrafas de água cheias.
Todo esse material conseguem facilmente aqui.
-No caso de fazeres bolha, não por Compeed, a não ser que não vás caminhar mais. É do pior. O ideal é furar com uma agulha desinfetada e deixar um buraco suficientemente grande, para que o liquido possa sair e não volta a acumular dentro da bolha.
-Ir comprando uns snacks para o dia seguinte, a garrafa reutilizável de líquidos é obrigatória.
-Fizemos a refeição principal quase sempre em restaurante, aproveitamos o menu de peregrino ou diária.
-Para alojamento nos albergues públicos, pagámos entre 8 a 14€.
-Alguns alojamentos privados estão no Booking.
-É necessário a credencial do peregrino e um carimbo diário para se poder ficar nos albergues públicos.
-Evita os levantamentos em Espanha, alguns ATM cobram uma taxa, pagámos quase sempre com o Revolut, nos supermercados e restaurantes, zero comissões.
-Quanto mais perto de Santiago, mais gente, por isso e para garantir um lugar no próximo albergue, os peregrinos saem cada vez mais cedo.
-Há setas e indicações por todo o caminho, mas de noite ou dentro das cidades, pode haver alguma dificuldade em encontrar o rumo certo.
-Não fizemos seguro, porque tínhamos o nosso anual ativo, mas podes ver aqui e ainda tens 5 por cento de desconto.

Caminho Francês aqui.


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2 comentários:

  1. Obrigada pela partilha! Fiz o caminho a partir de ponte deLima e revivi tudo 😀

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    Respostas
    1. Do Berço To The World9 de agosto de 2022 às 22:26

      Obrigado pelo teu testemunho, era essa a ideia, tentar passar o caminho, não sendo fácil porque cada um o sente de forma diferente.

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