Cabeçalho

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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

GEÓRGIA, ARMÉNIA & NAGORNO KARABACH

Geórgia, Arménia e Nagorno Karabach - 14 dias


Começa assim a segunda temporada da nossa volta ao mundo, vamos chamar-lhe a viagem do segundo ano que ficou a meio, fiquem por aí, que vai valer a pena.

Foi dos voos mais em conta que encontrámos, mais uma vez comprado em cima da hora, pagámos 100€ no total cada um, para chegar a Kutaisi na Geórgia, com uma paragem em Eindhoven, para dar um passeio nos arredores do aeroporto.

Um dos principais objetivos era conseguir em Tbilisi o visto para o Irão, sinceramente não sabíamos grande coisa sobre este país da zona do Cáucaso.


Já era quase uma da manhã quando aterrámos e o nosso avião, era o único no aeroporto, a ideia era dormir mesmo ali, mas para nosso espanto, ainda haviam autocarros aquela hora para alguns destinos. Fizemos uma reserva à pressa, levantámos dinheiro com o nosso Revolut, aqui os ATM cobram cerca de 1€ por levantamento e seguimos para o centro de Kutaisi por cerca de 1.6€ por pessoa.

Quando chegámos ao hostel que tínhamos reservado por 5€, não estava ninguém para nos abrir a porta, já passava das duas da manhã! Procurámos outro ali perto que tivesse gente e ficámos lá naquela noite, mas a pagar o triplo, já depois de alguma negociação 😂.

Depois de um bom descanso, regressamos ao hostel que tinhamos feito a reserva, onde ficámos mais duas noites. A cidade é a terceira maior do país, não é muito bonita, mas a zona do centro é agradável e a envolvência com montanhas a 360º também.
O mosteiro de Gelathi e a catedral de Bagrati são alguns dos principais pontos de interesse e gratuitos. Nunca tínhamos estado num país da ex união soviética e foi interessante começar a perceber as dinâmicas e como se vive por ali.

Tbilisi

Foi de comboio que seguimos até Tbilisi, tinha apenas uma carruagem quando arrancámos, parecia um comboio de brincar, mais confortável e bastante barato, só mais tarde juntaram mais umas quatro. No nosso compartimento ia uma família que vive na capital, e que nos deu umas dicas do que visitar no país e também algumas para a Arménia, o nosso próximo destino.
Da estação até à zona mais central, onde encontraríamos um lugar para ficar, pode-se dizer que muito ainda há a fazer no que toca à renovação dos edifícios.
Mais tarde e já na zona mais requalificada da cidade, encontrámos bairros com uma arquitetura cuidada e de grande bom gosto, a cidade estende-se por ambas as margens do rio Kura.


Demos umas voltas pela cidade e conseguimos o visto do Irão, no mesmo dia que lá fomos, após alguma correria, mas estava feito e era menos um problema.
Ainda deu para torcer o pé do menino num dos pontos mais altos da cidade acessível por teleférico, mas já está como novo, depois de algum gelo.

Fomos ainda a Mtskheta, nos arredores da capital, uma pequena vila, que vale muito a visita, assim como à igreja que se vê no alto do monte, onde se pode ver a junção dos 2 rios. Para lá chegar e voltar, fizemos um misto de boleia, autocarro e uma espécie de uber.

Signagi

O destino seguinte foi Signagi, numa daquelas Mercedez sprinter muito usadas nesta zona, foi uma viagem alucinante, estes moços exageram na velocidade que conduzem estes mini autocarros, parece que vão sempre em competição, mesmo indo gente em pé, como foi o caso, mas lá chegámos. Já mais perto desta vila, são muitos os campos onde a vinha é predominante, não fosse o vinho uma das imagens de marca deste país. Barato e de qualidade, fizemos questão de testar quase todos os dias a acompanhar com a boa comida georgiana.


Esta pequena vila, no alto de um monte e com umas vista incríveis, no interior de uma muralha, conta ainda com 25 torres em seu redor, representando cada um dos povos que se refugiou no seu interior aquando dos "ataques" dos chechenos, tudo isto dito por um rapaz arménio que nos abordou em bom português e que é guia em Tbilisi, depois de ter saído de Portugal há uns 8 anos, por isso se não for verdade a culpa é dele. Dali já se vê o Azerbaijão e claro as enormes montanhas, ainda com alguma neve nos cumes, que separam a Geórgia da Rússia neste caso a zona da Chechénia.


Akhaltsikhe

Já no dia seguinte bem cedo, seguimos para a capital novamente de onde apanharíamos uma outra carrinha até Rabati (Akhaltsikhe), as vistas são bem agradáveis durante todo o percurso.
Ficámos numa guest house em Old Rabati por uns 6€ e com direito a PA e ainda lavagem da roupa que a simpática senhora fez questão de nos oferecer, ali bem perto do castelo, exlibris da zona, disse a dona que era uma promoção. Ficámos duas noites, uma vez que em Vardzia a oferta é bem mais limitada e mais cara.


Fomos e voltámos a Vardzia no mesmo dia (3€ cada um). Na ida, ainda tivemos um percalço com a carrinha que nos levou, já se queixava do cansaço, mas lá voltou a andar, depois de muitos outros motoristas que passavam por ali, terem parado para tentar ajudar.
Vardzia é conhecida por umas cavernas feitas num penhasco, bem interessantes de se visitar, serviram de refúgio na época contra os invasores. Até capela tem, com uma série de pinturas nos tetos e paredes, gostamos.


Já nessa noite num jantar tradicional georgiano no restaurante do alojamento, ainda deu para assistirmos às danças tão típicas desta zona, isto porque um grupo de jovens que ali jantava e bebia, decidiu por em prática todos os seus passos mais arriscados, mesmo à chuva e com o piso bastante escorregadio, é uma espécie de balé mais agressivo :).

O tempo passa e já tinham passado dez dias na Geórgia, é hora de seguir caminho para a Arménia que é já ali. Às 7 da manhã já estávamos a caminho, com chuva e frio, a paisagem é árida a fazer lembrar algumas zonas do nordeste transmontano, finalmente chegámos à fronteira, ali no meio do nada. A estrada ou o que resta dela não está em grande estado e as costas já sofrem.


Carimbos feitos e já estamos na Arménia!

Curiosidades Geórgia:


Algo que fazemos imediatamente em viagem é encontrar diferenças nos preços de tudo e mais alguma coisa, para nós portugueses e principalmente quando viajamos pela Europa, nos ditos países mais desenvolvidos tudo ou quase tudo nos parece mais caro. Fica sempre aquela ideia de que viajar é coisa de rico ou para quem sobra o dinheiro.

Aqui e à semelhança de muitos países por onde temos passado, quase tudo é mais barato.
Mas vamos falar de casos práticos:
Os combustíveis custam menos de 0.75€ o litro;
Num café, uma cerveja de 0.5Lt custa menos de 1€.
Um snickers custa 0.3€
Um quarto privado(mais econômico) custa entre 5€ e 12€.
Uma viagem de comboio de 220km custa 2,5€.
O menu no Mac custa 2.5€.
Metro custa 0.2€.
Claro que recebem menos, mas há coisas que são importadas, logo, tudo se resume a margens de lucro e impostos.

Há quase tantos Prius por m² na Geórgia do que na fábrica da Toyota.
Comidas famosas são o sacivi, shkmeruli, pkhali, chakafuli e o khachapuri entre outros que não lembramos do nome.

Não será o melhor país do mundo para se viver, este e outros em que temos estado, mas aqui precisamos de metade do dinheiro ou menos para ter a "mesma vida", será uma boa opção para quem tem rendimentos inferiores (de reforma por exemplo) ou para quem trabalha online.

Entramos por Kutaisi, seguimos para Tbilisi, Sighnagi e dali para Akhaltsikhe, de onde fomos até Vardzia, que foi o último destino no país.

Visto Geórgia: Não tem custos e podemos permanecer no país por 12 meses.

Arménia & Nagorno Karabakh

Mais uma hora e pouco chegámos a Gyumri, a nossa primeira paragem no país. Aqui ainda se notam mais os traços da união soviética, existem mais carros da altura e não está tão desenvolvido. Não foi daquelas cidades que gostámos, apesar do pessoal ser agradável. No dia seguinte seguimos de comboio até à capital Erevan. Demora cerca de 3 horas o percurso e custa menos de 2€ por pessoa, quase todo o percurso é feito ao longo da fronteira com a Turquia.


Yerevan


Vamos classificar Yerevan como a capital das mulheres bonitas, por isso se estás à procura da tua cara metade, talvez encontres ali a tua Kardashian. A cidade tem um ambiente muito agradável e 2 ou 3 dias passam-se muito bem.
Num dos dias fomos até khor Virap, mal saímos do autocarro que nos deixou a cinco km do mosteiro, logo parou um carro que fez questão de nos levar até lá, este lugar é muito especial para os Arménios, diz a Bíblia que foi ali no monte Ararat, (que agora pertence à Turquia, mas já foi arménio) que Noé chegou com a sua Arca. Ainda andamos à procura de um ou outro elefante, mas não encontramos. Existem ainda mais estórias interessantes sobre este lugar, que podem ler na Wikipédia.



No regresso a Yerevan nova boleia, desta vez de um casal da Coreia do Sul, com quem tínhamos estado à conversa no mosteiro e que ainda fizeram questão de nos pagarem o almoço (gam-sa-ham-ni-da).

Goris


Goris, foi a paragem seguinte, quando chegámos à estação de autocarros já não havia lugar disponível na carrinha das nove da manhã, depois da sugestão do responsável da empresa, acabámos por ir sentados no corredor na grande parte do percurso. Claro está que também teve uma pequena avaria, mas nada de grave e chegámos a Goris, pouco passava do meio dia. Procuramos a guest house, e já lá estava um casal israelita, com quem rapidamente partilhamos um táxi para ir até Khndzoresk (queremos ver quem lê isto à 1ª), onde existe uma ponte suspensa, daquelas de ferro que abanam um bocadito e umas casas escavadas na rocha, para além de uma outra zona que parece uma mini Capadócia. Regressamos com o mesmo "pergonage" (taxista, que também veio connosco ver a zona), ao som das músicas (como esta, ou esta) do momento na zona, no seu mercedez 190 rebaixado que não gostava muito dos buracos e da estrada em terra batida com algumas pedras soltas.


Quando regressamos ao alojamento, o Sr. Samvel (dono) já tinha chegado, homem simpático, logo nos ofereceu, vodka, vinho e mais algumas especialidades da zona, aceitamos que não somos "maucriados". Ficámos por ali à conversa até bem tarde, mesmo o Sr. Samvel não falando quase inglês, falava bem em russo, mas nós nem por isso.

Com o mesmo casal, apanhámos "boleia" no dia seguinte e fomos até Tatev, onde ficaram a dormir, lugar conhecido por ter um dos maiores teleféricos do mundo e pelo seu mosteiro, com vistas incríveis sobre o vale.


Descemos no tal teleférico pela módica quantia de 10€, um roubo, mas não nos apeteceu fazer quase 15km a pé. O problema é que quando chegamos cá em baixo, também não havia transporte para Goris, a solução depois de caminhar um pouco, foi mesmo vir à boleia até à cidade.
Tinham chegado duas raparigas chinesas (que por estranho que pareça, não andavam em excursão) e claro a receita do dono foi a mesma, vodka para cima, o problema dele é que uma delas tinha mais pedalada e o homem adormeceu primeiro.


Nagorno Karabakh


O próximo destino foi Nagorno Karabakh, um país que não o é. Já pertenceu ao Azerbaijão, mas decretaram independência, o problema é que ninguém a reconheceu, a não ser a Arménia, que no fundo é quem dá apoio ao território neste momento, tendo o mesmo 1º ministro e a mesma moeda. Já tinham ouvido falar?

Eram 9h e já estávamos junto à paragem do único autocarro diário que faz a rota Goris-Stepanarket, mas ainda faltava mais de 1h, como estava a ser fácil até ali, arriscámos novamente na boleia e tivemos sucesso, uma até à fronteira de camião. Onde ainda estivemos algum tempo à conversa com um Chinês que vinha de bike desde o seu país e a última até Lachin do António, um rapaz extremamente simpático, que nos levou até à capital Stepanarket, no final ainda nos convidou a ir à sua casa no regresso, mas ficava muito longe da nossa rota e não deu.


É uma pequena cidade, bastante organizada e limpa, demos umas voltas, tentamos perceber um pouco mais da história e ficamos simplesmente a apreciar as vistas e o quotidiano. Karabakh tem a particularidade de a nossa rede não funcionar, isto é, não existe roaming. Reservar alojamento no booking é outro problema, porque a plataforma não reconhece o território, terão que ver noutros lados, nós procuramos no google e fomos diretamente ao alojamento.


Na manhã seguinte fomos até à estrada principal que tínhamos feito no dia anterior. Dali até à fronteira com o Irão, passando por Goris, não há transporte público para esta rota específica, foram 250km em estrada de montanha e quatro boleias diferentes. As mais longas de um casal italiano, muito simpático e, a que nos levou até à fronteira de um casal Arménio, que tinha passado por nós e deu a volta para nos vir buscar, apesar de não falarem inglês, lá fomos conversando com a ajuda do tradutor. Por fim já cansados chegámos à fronteira e como ainda não era assim tão tarde, decidimos atravessar naquele dia.

A publicação sobre as aventuras no Irão, já a seguir!

Curiosidades Arménia:


Aqui à semelhança da Geórgia não existe um boom turístico, por isso é muito raro pedirem a mais do que o valor real, o que é uma enorme vantagem, não temos que nos chatear e fica tudo ainda mais em conta, comparando com o sudoeste asiático por exemplo, diríamos que aqui é mais barato.

Metro custa 0.2€ em Yerevan.
Algo curioso é muita gente ter dentes de ouro, é assim uma espécie de depósito a prazo, daqueles com juros e capital garantidos.
Existem 13 milhões de Arménios, mas apenas 3 deles, vivem no país.
Em ambos, ficámos surpreendidos com algumas coisas, por exemplo os carros, certo que existem muitos que são antigos de marcas russas e até europeus, mas também é comum ver carros de muita alta cilindrada, principalmente nas capitais, Camaro, Bentley e Porche são alguns dos exemplos. Um pouco estranho quando o ordenado médio ronda os 300€.

Visto Arménia: Gratuito e podemos permanecer 30 dias.

Nagorno Karabakh, no fundo é uma extensão da Arménia, mas é necessário preencher a papelada na fronteira, tivemos direito a 30 dias de forma gratuita.
Se pretenderem ir ao Azerbaijão depois de terem estado neste território, poderão ter alguns problemas.
Não há roaming, em Karabakh, só junto da fronteira com a Arménia e nem sempre.

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