Cabeçalho

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quarta-feira, 1 de abril de 2020

AUSTRÁLIA

Depois de 35 dias por terras dos Koalas e Cangurus é hora de voltar!


E mudámos finalmente de continente, chegámos à Oceânia. A primeira paragem foi Perth, na Austrália, dizem que é a grande cidade mais isolada do mundo.


Como já chegámos de madrugada num voo low cost saido de Kuala Lumpur, depois de termos estado no Brunei, ficámos a dormir no aeroporto, que tem bastantes condições para isso, até deu para tomar uma banhoca e tudo.

Já de manhã fomos levantar a nossa caravana, foram 4 km a pé, de mochila às costas até lá, debaixo de uns 30º. Também a partir dali ia ser só andar de carroça, por isso a caminhada até nos fez bem. Dependendo da empresa, o processo pode ser mais ou menos burocrático, por exemplo a nossa exigiu o pagamento de uma franquia que nos foi devolvida quando entregamos a carrinha, usamos o Revolut para isso.

Entretanto, depois de umas compras, seguimos para nos encontrarmos com a Bárbara, o João (Babs & JoJo) e o Tiago (Perdido pelo Mundo), pessoal que esteve a trabalhar na Austrália e que também andam ou andaram a viajar por estas bandas. O ponto de encontro foi a casa da Ana e do Ricardo (Venturing Allstralia), um casal português que decidiu viver em Perth depois de uma volta à Austrália de caravana com os dois filhos. Conversa puxa conversa e acabamos por jantar todos juntos e, ainda por dormir no parque de estacionamento da casa, não sem antes bebermos uma cervejinha num bar lá perto.


Na manhã seguinte saímos para dar uma volta por Perth, que se mostrou uma cidade bem bonita e agradável. No entanto, e como não tínhamos muito tempo, resolvemos que era melhor seguir caminho e começar a verdadeira aventura por esse oeste australiano fora.





O transporte escolhido para conhecer a Austrália foi uma carrinha(adaptada), depois de termos viajado de autocarro, comboio, avião, à boleia, motas e barcos, tinha chegado a hora de experimentar algo diferente. Achamos que é o meio ideal para viajar na Austrália, principalmente na zona Oeste e do Norte, as distâncias são gigantes e não há muitos alojamentos nem transporte, o custo de alugar um carro pode ficar parecido ao de uma carrinha deste género com a agravante de ainda ter que se pagar o alojamento, que não é assim tão barato, ora espreita aqui.

E começou a verdadeira maratona, sabíamos que ía ser cansativo, o país é gigante e só tínhamos mais 21 dias para chegar até Cairns (9mil km de distância), altura em que íamos trocar de carrinha.

Logo no segundo dia, operação stop, para verem a taxa de alcoolemia, não lhes interessava mais nada e seguimos uns 3 minutos depois de uma breve conversa.
A maior praga, foram as moscas, fora das localidades então...São mesmo muitas e chatas, ao ponto de entrarem pelos ouvidos, nariz ou boca, nunca tínhamos visto nada do género. As cadeiras de jardim que tínhamos comprado quase não tiverem uso.




À parte disso, foram muitas as praias desertas e paradisíacas, as noites dormidas com um céu estrelado como nunca tínhamos visto, acompanhadas do ruído característico do deserto e da savana australiana. íamos escolhendo os locais onde dormir ao longo do percurso, são vários ao longo do percurso, uns pagos outros gratuitos, há para todos os gostos. Na maioria deles nunca tivemos companhia.


A cada passo lá nos cruzávamos com animais que nunca tínhamos visto em lado nenhum a vaguear pelas estradas desertas, pássaros de todas as cores eram a companhia em qualquer lado, principalmente ao nascer e por do sol, faziam questão que soubéssemos que estavam ali, tal era o ruído.

Os quilómetros foram muitos, as retas extensas e os carros muito poucos, para terem uma ideia quando nos cruzávamos com algum havia sempre um cumprimento, o maior receio era o de adormecer ao volante. Outros dos cuidados que tivemos foi o de evitar conduzir depois do pôr do sol, uma vez que são muitos os animais que por ali andam, principalmente cangurus e bovinos.



Território do Norte


Nesta fase da viagem andávamos a tentar fugir aos ciclones e às inundações.
Acabou por ser parcialmente conseguido, já que das inundações não tivemos hipótese, mas pior ficou a família da Coreia do Sul que acabou por ser "apanhada" num dos rios que transbordou, quando o tentou passar sem sucesso.


A carrinha já não pegava e não havia rede, ajudámos como pudemos, rede de telemóvel só a mais de 30km, no sentido contrário ao nosso, voltámos para trás com alguns deles e lá conseguimos contactar um reboque. Voltámos para ir buscar os restantes e a carrinha deles.



Não havendo muito mais a fazer, passámos a noite numa pequena vila por onde tínhamos passado há 40km, terra de aborígenes, os habitantes originais da Austrália.
Nós seguimos caminho no dia seguinte, eles só 3 dias depois, assim que conseguiram reparar o dano.

Seguimos em direção a Darwin no norte da Austrália, as chuvas continuaram e muitos dos parques nacionais estavam parcialmente ou na sua totalidade encerrados.
Acabámos por conseguir visitar parte do Kakadu, famoso pela quantidade de crocodilos existentes na zona. Dormimos dentro do parque e de manhã bem cedo fizemos um passeio de barco pelo meio do pântano, é caro mais gostámos bastante, podes encontrar no Get your Guide.


Como sabes os habitantes originais da Austrália são os aborígenes e dos locais por onde fomos passando, o território do Norte parece ser aquele onde se nota mais a sua presença. A história é conhecida e de tudo o que lhes fizeram, só recuperando há relativamente pouco tempo, muitos dos direitos dos restantes habitantes do país. Mas o problema está longe de estar resolvido, a maioria não trabalha e tem grandes problemas de alcoolismo. Criando ainda mais o fosso entre eles e os restantes habitantes do país.


Nas zonas mais remotas, as estações de serviço e locais de venda de bebidas, fecham cedo e usam gradeamentos, são muitas as histórias de episódios menos bonitos por ali. O aspecto de alguns destes vilarejos, também é bastante diferente das que tínhamos visto antes ou até na costa Este do país. Lemos alguns relatos de maus tratos a turistas em algumas delas, mas não tivemos qualquer problema.



Queensland

Chegamos novamente junto do mar em Port Douglas e Palm Cove ali bem perto da Daintree forest, não fossem os crocodilos e medusas, estavam ali praias bem porrreiras. Quando chegámos a Cairns, em Queensland, estávamos já com 10 mil km feitos. Foi lá que trocámos de autocaravana, para uma mais pequena e mais barata. Como na costa Este já há mais apoios, achámos que já podíamos abdicar de algum conforto que a carrinha maior oferecia.


Com um ciclone a passar na zona da grande barreira de coral, foi de todo impossível fazer algumas visitas em que tínhamos pensado.
Mas ainda conseguimos ir a
Fomos rumando a sul na esperança de que o tempo melhoraria, o que veio a acontecer. No entanto, o aumento sucessivo de casos de Covid na Europa e em Portugal fazia-nos pensar no que haveríamos de fazer.



Brisbane


No inicio da volta ao mundo recebemos o convite da Fátima Rodrigues e do Eduardo, que quando estivéssemos na Austrália tínhamos que os visitar, como não somos de rejeitar convites lá fomos. Estávamos longe de imaginar que dali a uns 5 dias estávamos num avião de regresso a Portugal.


Passámos dois dias excelentes com eles, fomos muito bem tratados e ainda deu para matarmos saudades da comida portuguesa. Estávamos cansados de tantos quilómetros e soube mesmo bem.



O regresso, é hora de voltar!


Não era bem este o regresso que tínhamos pensado, mas chegou a hora.
Estávamos num dos melhores lugares do mundo para nos "safarmos" disto, mas não pudemos ficar indiferentes ao que se vai passando, principalmente em Portugal e com os nossos.



Para além disso, não sabemos quanto tempo isto irá durar e que repercussões terá, muitos fecharam fronteiras e seria um pesadelo continuar viagem.

Se tudo correr normalmente embarcados daqui a 2h para o Dubai num voo de 17h, de lá temos voo para Lisboa, já depois do encerramento das fronteiras, vamos ver como será resolvido o nosso caso, sabendo que, será difícil de conseguimos entrar em PT, pelo menos amanhã.


Estamos tranquilos e preparados para o que aí vem, ainda deu para molhar o pé na Bondi Beach e ver o telhado da Ópera house.

Nos últimos dias por terras dos cangurus, das primeiras coisas que fazíamos era ver como estava a evoluir a situação em relação ao coronavírus, não só em Portugal, mas também na Austrália e no mundo. E, consoante o que íamos lendo, estudávamos qual seria a melhor solução, em contacto também com outros viajantes que partilhavam a mesma preocupação.

A certa altura, começou a circular a informação que Portugal teria intenção de fechar as fronteiras, algo que muitos outros também já tinham feito, e que iria dificultar o nosso regresso, não a entrada em Portugal propriamente dita, mas a passagem obrigatória que teríamos que fazer por outros países.
Mal saiu o comunicado em que aconselhavam os turistas e estudantes a voltar, as coisas precipitaram-se. Na Austrália, a vida ainda decorria com normalidade comparando com PT, apesar de terem tido o primeiro caso bem mais cedo.


Caíram algumas mensagens de outros viajantes dizendo que iriam regressar e, depois de alguma ponderação, entendemos que seria a melhor solução, não só por nós, mas pelos nossos também. Não sabíamos quanto tempo iria isto durar e não queríamos estar presos algures sem poder voltar em caso de necessidade.

Estávamos na Gold Coast, a uns 600km de Sydney, que nos parecia naquele momento ser a melhor opção para sair. Foi de lá que comprámos o voo para o dia seguinte, restavam pouco mais de 24h, seria o tempo necessário para entregar a carrinha e não sermos ainda mais prejudicados por a termos deixado num lugar diferente do que estava contratado, isto porque o valor dos 14 dias que ainda faltavam já estava perdido. Para além disto, os voos mais cedo estavam a rondar os 4000€ por pessoa. Tivemos o cuidado de reservar um voo com apenas uma paragem no Dubai, de modo a evitar escalas em aeroportos problemáticos.


Foi sempre a andar, respeitando os limites de velocidade claro, só parámos para comer e dormir numa das estações de serviço. O voo era às 21h, mas tínhamos que entregar a carrinha até às 16h, e ainda estávamos a uns 150km de Sydney. A ideia era ainda podermos ver qualquer coisa na cidade e estar com uns amigos (Joana e Sávio), foi conseguido com relativo sucesso. Foram assim 13mil km percorridos nesta "roadtrip" Australiana.


No aeroporto, estava tudo bastante calmo, apesar de muitos voos estarem a ser cancelados. Confessámos que foi um alívio quando nos deram os bilhetes para a mão, tínhamos bilhete até Lisboa.
A viagem num A380 a abarrotar foi das mais atribuladas que já fizemos, com direito a andar de montanha russa e tudo, 15h animadas, vá.

Quando chegámos ao Dubai, a nossa preocupação foi ir ver como estava o voo para Lisboa...tinha sido cancelado, algo que já receávamos. Seguimos para o balcão da Emirates e, depois de alguma confusão, lá nos reencaminharam, a nós e a outros portugueses que estavam na mesma situação, para outro balcão. Tentámos uma opção comum a todos, mas não era possível, cada caso foi resolvido individualmente.


Acabámos por ir para Londres, assim como a maioria, uma vez que não pareciam estar muito preocupados e não havia qualquer restrição. Seguimos pouco depois para mais 7h de viagem. A sensação era de que estávamos num filme a correr contra o tempo, não sabendo muito bem se a fugir ao Apocalipse ou a metermo-nos na boca do lobo, foi muito estranho.


Entretanto, quando tivemos a certeza de que o voo se realizaria, comprámos um voo de Londres para o Porto, mas para o dia seguinte e de outro aeroporto. Logo surgiu o convite da Isabel para ficarmos lá em casa, aceitámos, precisávamos mesmo de uma cama.
Não muito tempo depois de termos chegado, já estávamos a sentir o frio daquelas paragens na espinha, e mais tarde na garganta com umas cervejas das nossas. Estávamos cansados mas felizes. No meio de toda a confusão, ainda conseguimos passar ali um bom momento, com a Isabel e o Nuno.

Apesar do cansaço, o jet lag não nos deixou dormir para além das 4 da manhã. Mais tarde, seguimos para o aeroporto e tivemos a confirmação de que o voo se realizaria. Aproveitámos o facto de termos um bilhete de executiva (estava mais barato do que económica) e fomos tomar o segundo pequeno almoço, com direito a champanhe e tudo no lounge da British.
Ainda tivemos direito a almoço durante o voo e finalmente chegámos, não estávamos desesperados, mas soube bem chegar à terrinha. Apesar de algum espanto com a falta de controlo à chegada, algo que acabaram por começar a fazer uns dias depois.

Terminou assim de forma inesperada a nossa volta ao mundo, exatamente no dia em que fazíamos 6 meses de viagem, estranho foi chegar e não poder matar saudades como deve ser de ninguém.

Damos então por encerrada esta 2ª temporada, que teve apenas metade dos episódios previstos, prometemos compensar com episódios extra em breve, achamos que vão gostar!


Curiosidades Australianas:


Éramos para ter ficado 50 dias, acabaram por ser 35.
Vários ATM nas vilas ou cidades, um ou outro não cobra taxa, os que cobram ronda 1.5€. O melhor método é sem dúvida o pagamento com cartão, todos os lugares aceitam o Revolut, usamos o sistema contactless, easy peasy.

Uma das coisas mais importantes, para quem alugar carro ou caravana, é o custo do combustível, apesar de ser bem mais barato que em Portugal, as distâncias são grandes e toda a poupança conta. Há uma aplicação, a petrolspy que diz onde é a próxima bomba e qual o preço. Há uma grande discrepância de preços entre as bombas, por isso a "app" ajuda muito. Como dizem por ali, sempre que pararem para esticar as pernas, toca a atestar, nunca se sabe quando será a próxima.


Para os parques de campismo, a app wikicamps é uma boa ajuda, diz onde se pode parar, de graça ou a pagar. Mas a app custa 5,5€. A campi mate também tem muita informação e é de borla. O ideal é ter mesmo as duas.

Cartão SIM, usamos o BOOST, usa a rede da telstra, dizem que é um dos melhores, mas ter rede por toda a Austrália é um sonho. Foram poucas as vezes que a NET era rápida. Para cidades há melhores opções.
Compras de comida temos o Coles e o Woolworths, para todo o tipo de tralhas há o Kmart ou BigW e para as bebidas alcoólicas há lojas especificas, o alcool não é vendido nos supermercados normais, apesar de haver quase sempre uma loja ao lado de cada um deles, vão ter que mostrar a vossa identificação em cada compra.

Conduzir depois do pôr do sol pode ser perigoso. Há milhares de acidentes todos os anos por causa dos cangurus e bovinos.

Apesar dos crocodilos e tubarões, as medusas vão causando mais problemas e por causa delas em todas as entradas de praias, lá está um frasco com vinagre, que supostamente é um dos métodos mais eficazes para a picadela.


É um país gigante mas só tem 25 milhões de habitantes, por isso a maioria do país é desértico.
Para terem uma ideia de quantos dias precisam, vejam quantos km são do ponto A ao ponto B, tendo em conta que vão ficar no mesmo lugar mais do que um dia provavelmente, dividam por 150 km aí vão saber quantos dias precisam, claro que isto é muito relativo.

Não completamos o que era suposto e fizemos mais de 13 mil km, só para dar uma ideia.
Se forem para o interior, zonas fora de cidades, não se esqueçam de comprar uma rede de por na cabeça para evitar que as moscas vos chateiem. É que são mesmo chatas e há por todo o país.
Há coisas mais baratas do que em Portugal, mas no geral é mais caro, façam bem o orçamento.

Visto: temos que preencher um formulário antes, tipo evisa, o nosso foi aprovado 5 min depois e é gratuito por 90 dias, pediram voo de saída ao embarcar.
Mais info aqui.

Australia


Estatística destes últimos 6 meses de viagem


-9 Países (Geórgia, Arménia, Irão, Nepal, Índia, Sri Lanka, Maldivas, Brunei e Austrália)
Nagorno Karabakh não é reconhecido.
-12 voos;
-70 alojamentos diferentes;
-1349 km a pé;
- Fizemos cerca de 13000km de caravana na Austrália em mês e meio.



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