Cabeçalho

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sábado, 15 de dezembro de 2018

LAOS

Depois de uma longa viagem de comboio nocturno desde Banguecoque, a nossa primeira paragem no Laos foi em Vientiane a capital do país.

Foi a  primeira vez que dormimos num comboio, com camas e tudo e é para repetir.


Foi uma viagem longa, mas até confortável, viajamos na 3a classe. Trocámos de comboio junto à fronteira da Tailândia e este último apenas serve para fazer alguns km na travessia do rio, pela ponte da amizade, uma vez que a linha não tem continuidade, está ainda a ser construída a linha férrea.

Já depois de uma pequena paragem antes da chegada à capital, isto porque uma cabrita, decidiu que no meio da linha, era onde tinha as ervas mais saborosas. Mas, lá saiu e foi ter com o resto da família que a aguardava ao longe com alguma ansiedade.

Foi mesmo ali na estação, que fizemos o visto (ver detalhes mais abaixo).

O Laos é um dos países mais pobres do mundo, talvez por isso, tenha sido um pouco estranho termos visto uma grande quantidade de carros só ao alcance de milionários, logo nos primeiros dias, à parte disso e num primeiro impacto fez-nos lembrar um pouco Timor.




A malta costuma dizer que o Laos é o parente pobre do sudeste asiático, talvez pela falta de praias, é aquele que menos turistas recebe na zona.

Na capital, ficámos 3 dias, o que achámos suficiente para ver a maioria dos templos e pontos de interesse, como o COPE Visitor center (museu). Perceber ainda o que se faz em prol das vítimas do bombardeamento massivo que o país foi alvo durante a guerra do vizinho Vietname, o Laos é o país per capita, mais bombardeado do mundo! Não fazíamos ideia, ainda por cima, nunca este oficialmente em guerra. Foi das coisas que mais nos marcou nesta passagem pelo país.

Em Vientiane, há vários templos budistas e até um "arco do triunfo" para visitar, apesar do calor que se fazia sentir nesta zona do globo, fizemos todo o percurso a pé.

Na chegada tínhamos feito amizade com um casal francês. Estávamos a tentar perceber como funcionavam ali os levantamentos num ATM. Acabamos por fazer algumas refeições e visitas com eles, nos dias que ali estivemos.

Foi com eles que seguimos numa carrinha para o próximo destino. Saímos cedo para Vang Vieng, uma espécie de parque de diversões do Laos. Qual o nosso espanto, que pouco depois de termos iniciado a viagem, a carrinha volta a parar e entra um casal de tugas, que íamos acompanhando nas redes, os Mochila para dois, o David e a Verónica. Escusado será dizer que a malta não se calou durante toda a viagem, que não foi assim tão curta.


Vang Vieng, fica sensivelmente a meio do trajeto entre a capital e Luang Prabang, talvez por isso e também pela paisagem espetacular, se tenha tornado um destino de eleição para os viajantes no Laos, especialmente para os mais novos que procuram diversão e alguma adrenalina.

São vários os bares e party hosteis, assim como uma série de atividades radicais que se podem fazer na zona, aliado a isto, álcool barato, temos todos os ingredientes necessários...infelizmente com alguns exageros à mistura, a cidade perdeu um pouco da essência, mas não deixa de ser um bom destino para uns dias.

Alugámos uma mota e fomos explorar as redondezas, entre uma cascata que ficava para lá de não sei onde e a blue lagoon que na realidade é um canal de um rio. As estradas são exigentes, na maioria das vezes em terra batida, exigindo alguma perícia, com alguma sorte não experimentámos o soalho, por estas e por outras que um bom seguro, pode ser a salvação.

Junto destas famosas lagoas azuis está uma caverna, que tem umas "escadas" de acesso só para quem está em forma, que não é bem o nosso caso, mas lá nos aguentamos.

Num dos dias tínhamos que experimentar a atividade mais conhecida na zona, que consiste em descer uma parte do famoso rio Mekong, numa câmara de ar de um pneu de camião (uma bóia vah), com algumas paragens em bares pelo caminho para beber um copo ou simplesmente, desfrutar da paisagem.

Para esta actividade mais ou menos radical tivemos a companhia do David e da Verónica, com quem já tínhamos feito a viagem até ali desde a capital, obviamente que jantámos juntos nessa noite, a quem se juntou o casal francês, com algumas cervejas à mistura. Foi uma bela despedida.

Phonsavan, foi a zona para onde seguimos, foge um pouco da rota e não é tão conhecida pelos viajantes, não vamos mentir, a viagem foi dureza! Tínhamos comprado os bilhetes para a carrinha, tipo Hiace, no hotel e às nove e pouco passou um tuk tuk para nos levar até à central lá do sítio.

Fomos uma daquelas carrinhas partilhadas, por norma de nove lugares, mas onde vão facilmente uns quinze. Na carrinha só iam cinco forasteiros (nós incluídos) e o resto eram locais. Já nos tínhamos apercebido que estas carrinhas também são transporte público aqui no Laos, provavelmente com preços mais baixos para eles.

As curvas constantes e o mau estado do piso, só iam sendo esquecidas quando olhávamos pela janela e víamos um cenário de floresta incrível. Mais de oito horas de caminho, começamos a ficar habituados, ou não, dá ideia que o artista que projectou estas estradas já estava com uma pinga.

Ao nosso lado, vinha a Aki, uma japonesa que também deixou tudo e está a viajar sozinha pelo menos durante o próximo ano, um pouco tímida, percebemos mais tarde, por ter algum receio em não falar inglês correctamente, coisas de Japoneses. Logo à chegada arranjámos um quarto de hotel barato onde ficámos, a Aki também lá ficou, mas noutro quarto 😃. Jantámos juntos num Indiano ali bem perto e já mais tarde tentámos alugar motas para o dia seguinte, mas no único sítio que ainda estava aberto, o proprietário que já não estava sozinho, pediu-nos bem mais do que o habitual e nada feito.

Já na manhã seguinte, lá conseguimos alugar uma motinha, um pouco mais cara do que o normal. Fomos até a um dos pontos mais longe, que tínhamos marcado no mapa, como ponto de interesse. Começamos por um Buda ou do que Dele restava, trazido da Birmânia de elefante, esse templo foi bombardeado durante a guerra do Vietname e apesar do seu estado degradado os locais decidiram não fazer qualquer tipo de restauro. Passámos por mais alguns templos também um pouco degradados mas com uma vista daquelas que dá vontade de parar a toda a hora.

Dali seguimos para a principal atração de Phonsavan, a Planície de Jarros, como o nome indica são planícies onde foram encontrados jarros de pedra com mais de 2000 anos, que ainda não sabem muito bem para que serviam, mas a principal teoria é que seriam sepulturas. Claro está e tendo em conta que esta zona é das mais bombardeadas do mundo, por ali entre os jarros, estão enormes crateras. Não pudemos deixar de reparar durante o percurso, que são ainda aos dias de hoje, alvo de desminagem muitos destes campos, por parte de organizações internacionais, infelizmente a um ritmo bem mais lento do que o necessário, ainda morrem 50 pessoas por ano, em rebentamentos de minas!

É também comum, verem-se cápsulas das bombas de diferentes tamanhos nas entradas dos estabelecimentos da cidade, algumas até pintadas a servirem de decoração.

Depois da janta à moda laosiana, no mercado noturno e antes de regressarmos ao alojamento, fomos comprar os bilhetes para Luang Prabang, a próxima paragem é uma das cidades mais famosas do Laos. Aliás, a maioria dos turistas, só vai lá.


Já de manhã cedo seguimos caminho e não fosse a vizinha do lado vomitar todo o percurso, tinha sido uma viagem idêntica às outras aqui no Laos, com estradas sinuosas e esburacadas, com grandes vistas. Depois de mais sete horitas, lá chegámos à cidade de Luang Prabang, que é património mundial da Unesco. Os edifícios de arquitetura colonial francesa, que transformaram a zona mais antiga em hotéis, alojamento local, lojinhas e restaurantes para todas as carteiras, o que descaracterizou um pouco a zona, mas permitiu talvez que estivessem na sua maioria muito bem cuidados, o velho dilema. Pelo meio estão os habituais templos budistas.

Ficámos em Luang Prabang uma semana numa Guesthouse, por um valor bastante razoável e já com pequeno almoço incluído, ali bem perto do rio e a dois minutos da entrada do mercado noturno, estávamos a precisar de recuperar das maleitas e preparar os próximos destinos.

Para além dos templos, os principais pontos de interesse, são umas cavernas (Pak ou cave) que não fomos e algumas cascatas. Como o aluguer de motas é mais caro, fomos apenas a uma delas, as mais famosas Kwang Si, num tuk tuk partilhado(3€ cada mais 2€ para a entrada) e apesar de já serem muito conhecidas por consequência com bastante gente, como fomos cedo estava-se bem e são "petaculares", das mais bonitas que já vimos. Na entrada tem também uma espécie de refugio para ursos, que correm o risco de extinção na zona.

Todas as noites, a rua principal transforma-se num mercado, onde também se pode comer baratinho e comprar uns recuerdos a bom preço, não foi o nosso caso porque não temos espaço para essas coisas, apenas compramos uns chinelos, que os nossos já estavam a precisar da reforma.

De LP fomos para o norte da Tailândia e como já estávamos cansados das estradas do Laos, optamos pelo barco. Íamos subir o rio Mekong, a viagem até à fronteira demora dois dias, com paragem a meio do percurso, numa das pequenas aldeias, junto das margens do rio para passar a noite.

Foram mais de dezasseis horas de barco até Chiang Khong(Tailândia), comprámos os bilhetes no barco, pouco antes de seguirmos viagem.

Por norma o percurso inverso é mais concorrido, talvez por ser um pouco mais rápido, uma vez que o barco vai a favor da corrente. O trajeto é bonito, peculiar até, parece que estamos num daqueles filmes em que o ator foge ilegalmente do país e em que a forma de não ser apanhado nos check points, é mesmo pelo rio.

Não ia cheio, muito menos de turistas o que permitiu irmos deitados em alguns períodos. Já dormir não foi tão fácil, principalmente na zona mais recuada do barco, o som do motor, torna a tarefa difícil. Na chegada a Pak Beng, a tal aldeia no meio do percurso, logo fomos abordados pela malta dos alojamentos da zona, fomos ver dois e ficamos num deles, o mais económico, não necessariamente o melhor, mas por 5€, não podia pedir mais.

No segundo dia, talvez pelo cansaço acumulado e do motor ruidoso já só queríamos chegar. Não sem antes, termos que navegar algumas horas debaixo de um autentico diluvio, sempre tornou a coisa ainda mais especial.

Já era de noite, mas ainda fomos a tempo de cruzar a fronteira naquele dia.

Khop Chai lyly Laos!

Curiosidades e dicas:

Entrámos no Laos vindos da Tailândia, depois de uma viagem 11h no comboio noturno desde Banguecoque. Estivemos 15 dias na zona norte do país, começando em Vientiane a capital, seguida de Vang Vieng, Phonsavan, Luang Prabang e saímos por Huay Xai, depois de dois dias a navegar pelo Mekong acima, com uma paragem para dormir em Pak Beng.

Agradecer aos amigos The Wise Travellers a dica do barco, foi uma forma engraçada de conhecer esta zona e sempre evitamos as milhentas curvas e estradas esburacadas do país. Está em construção uma ferrovia, mas de momento a forma mais barata de nos deslocarmos é de autocarro ou carrinhas, de avião é possível mas é bastante caro.

Em termos de custo, para nós ficou um pouco mais barato aqui do que na Tailândia por exemplo, se bem que o Sul da Tailândia é mais caro do que o norte, para onde vamos agora.

O aluguer de uma mota custa por volta uns 5€ por dia.

Para comer nos locais mais simples, os valores vão desde 1.5€ a 3€.

Alojamento, pagámos em média 12€, algumas delas já com pequeno almoço.

No Laos existe a particularidade de quase todas as entradas em sítios turísticos custarem 1€.

Preço barco Luang Prabang para Chiang Khong 11€.

As cidades no Laos não são muito grandes, mas é quando se passa nas zonas mais rurais que se vê um pouco mais a dificuldade de vida que muita gente tem neste país, sim porque nas maiores cidades é comum ver carros do melhor que há.

Ficou por explorar a parte sul junto ao Camboja, que pelo que ouvimos vale muito a pena, ficará para uma próxima.

Os ATM, cobram uma taxa por levantamento, dependendo do banco e do valor a levantar.


O visto tem a duração de 30 dias e custa neste momento 35 dólares, convém pagar na moeda local ou em usd, caso contrário vão perder dinheiro com o câmbio. É necessário também uma foto tipo passe.

Mais info aqui.

Laos

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