Um país de gente maravilhosa e genuína.
A entrada no Myanmar fez-se pela fronteira com a Tailândia de Myawaddy até Hpa-An não foi a mais fácil, aquela imagem da ponte, com algumas mães a pedir comida para os filhos ficou na memória...
Chegando ao fim da ponte foi só mostrar o visto que tínhamos feito previamente online, receber o carimbo, levantar dinheiro num dos vários ATM e comprar o bilhete de autocarro que saía às 13:30 para o próximo destino.
Apesar do autocarro ser relativamente recente eram bem visíveis as marcas que um piso degradado ia deixando.
Já em Bago, talvez a cidade mais suja até ao momento, mas com a simpatia constante dos locais connosco, ia dando para nos abstrairmos um pouco. Apesar do trânsito meio louco e das buzinas serem usadas em substituição dos piscas, fizemos a visita à cidade de bike(pasteleira), um desafio ao sangue frio. Pagodas e Budas gigantes são o ponto forte, alguns deles um pouco ao abandono. Em todos os locais de culto tem que se tirar o calçado, na Birmânia em particular também é necessário tirar as meias.
De Bago para Mandalay optamos por um autocarro noturno, para poupar tempo e dinheiro, mas mais parecia um frigorífico, e pouco conseguimos dormir.
Quinze graus! De calções e t-shirt num autocarro durante 9h, que nos levou até Mandalay, chegámos ao nascer do sol, já com estalactites no nariz, a culpa foi nossa, não devíamos ter gasto os 7€ num autocarro VIP(era o único) e quanto mais VIP, mais frio para estas bandas.

Eram 5 da manhã, ainda de noite, quando chegámos a Bagan, como ainda não tínhamos hotel ficámos pela estação a aguardar o nascer do sol. Aos primeiros raios e depois de já termos sinalizado o hotel, fomos até junto da estrada e apanhámos um dos transportes locais que parou logo mais à frente para o pagamento da entrada na zona de Bagan, cerca de 14€ por cada um (só para estrangeiros), como não tínhamos essa quantia um dos moços seguiu-nos até ao Atm mais próximo e esperou que levantássemos o dinheiro. Tínhamos dormido pouco e ficámos no quarto a descansar até à hora do almoço, quando saímos para comer e ver o que nos reservava Bagan.
A melhor maneira de andar nesta zona é de bike ou mota, neste caso as que há para alugar são eléctricas. Bagan é conhecida pelas centenas de templos antigos e alguns mais modernos, em cada esquina ou para qualquer lado que se olhe há um ou vários deles, todos com uma ou várias imagens de Budas. É tão fácil e tão bom deixarmo-nos perder por ali.
Os pontos altos são o nascer do sol onde se podem ver balões de ar quente a sobrevoarem os templos e o por do sol por trás destes. Outra coisa a não perder é andar pelas estradas secundárias ou terciárias, apreciar os templos que nem aparecem no mapa e a ver a população na agricultura e pastorícia, parece uma viagem no tempo, mágico.
Depois de 4 dias espetaculares em Bagan, rumámos no primeiro autocarro da manhã para Nyaung shwe, a cidade próxima do Lago Inle. Mais uma vez a maioria dos passageiros eram locais (estrangeiros só nós e mais duas raparigas francesas) e para variar a temperatura do AC estava bem agradável, para pinguins. À entrada da cidade somos “convidados” a pagar a taxa, só para estrangeiros, claro! E uns metros mais à frente, chegámos ao destino.
O Lago Inle é um dos principais destinos turísticos do Myanmar talvez pela curiosidade de perceber como se vive a vida onde tudo é flutuante: as casas, os supermercados, as fábricas, as escolas, os restaurantes, os postos de gasolina, tudo isto rodeado por magníficas montanhas que dão ao lago uma imensidão e beleza ainda maiores.
O passeio de barco pelo lago é obrigatório para se poder ver e perceber toda a dinâmica. Por todo o lado na cidade há ofertas para os passeios, mais ou menos baratos e não é preciso muito até sermos abordados por um dos angariadores que oferecem o serviço. Há opções de partilha do barco, mas nós optámos por alugar um só para nós por 8€, tudo à grande. Este percurso está um bocado formatado, ou seja, os condutores levam as pessoas a fábricas/lojas de várias coisas: prata, sedas, charutos ou artesanato e se comprarmos, recebem comissões.
Nós aceitámos ir a algumas mas o nosso condutor não teve sorte com as comissões nesse dia, a não ser a do restaurante. Apesar disso o passeio é lindíssimo e a visita ao Shwe Inn Thein não pode faltar, mais de mil pagodas, uns já em ruínas e outros mais recentes dão cor a um dos complexos de pagodas/estupas mais antigos do Myanmar.
Depois de mais umas voltas e já no regresso podemos ver o pôr do sol e os pescadores com o seu "remar" característico, que agora são mais malabaristas do que pescadores, esperam pelos barcos para fazerem as posições bonitas para a foto a troco de uma gorjeta, provavelmente o que ganham desta forma é bem superior ao que ganham a pescar!
Outro dos passeios que se pode fazer é de bicicleta, há bastantes para alugar a bom preço por dia. Nós pedalámos até à vila Maing Thauk que está metade dentro do lago e a outra metade em terra, com uma ponte a meio.
Depois de passármos a ponte metemo-nos em mais um barco, desta vez bem mais pequeno e demos uma volta por esta vila também. Como é bem mais pequena e não estavam tantos turistas pareceu-nos mais autêntica.
Almoçámos novamente num dos restaurantes flutuantes e depois de falarmos com um casal de jovens local e destes nos darem a provar o que estavam a beber, pedimos para nós também esta especialidade, um vinho que parecia vinho verde com champanhe, cidra, mais açúcar e um bocadito de 7up, até que não era mau, custou 40 cêntimos.
Acabámos o dia numa quinta de vinhos mas muito sinceramente se fosse hoje não íamos...o vinho era caro, só lá estavam turistas e o pôr do sol não é assim grande coisa. O que safou foi a conversa com dois mexicanos porreiros. Mais uma vez e para não variar fomos muito bem recebidos nesta zona do país.
As duas capitais do Myanmar.
Claro que em alguns lugares mais turísticos tentam cobrar um pouco mais, mas ainda são muito puros nesse aspeto, pelo menos não tentam cobrar 2 ou 3 vezes, como noutros países aqui na zona. Talvez por isso não haja grande negociação nos preços e, sinceramente, em muitos casos nem deu vontade de negociar algo que já estava a muito bom preço, mesmo estando no nosso registo de viagem.
Aqui é normal sermos cumprimentados na rua, muitas vezes com um "Mingalabar", um aceno ou um sorriso - esperemos que não percam isto com o crescimento exponencial de turistas que tem vindo a acontecer anualmente.
Já dissemos que adorámos?!?
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