Cabeçalho

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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

INDONÉSIA

Chegámos a Jakarta vindos de Singapura e saímos para Malásia dois meses mais tarde desde Lombok, com Timor Leste pelo meio.


Foram dois meses com passagens por várias ilhas das 17500 que o país tem! Devemos ter visto cerca de vinte por cento do país, mas já deu para ficar com uma ideia. Entre vulcões, praias desertas, 3 dias de viagem num barco de pesca adaptado e terramotos, tivemos de tudo um pouco.


Não é o país mais limpo do mundo, tem um problema grave com o lixo para resolver. Ultrapassado esse calcanhar de Aquiles é sem dúvida um destino de eleição, com um povo muito amável e simpático.


Numa das viagens que fizemos, e uma das mais épicas, que podes ler mais em baixo, ouvimos estas músicas durante 3 dias, depois não saíram mais do ouvido e marcaram a nossa passagem pela espetacular Indonésia, da Nella Kharisma Jaran Goyang, Di Tinggal Rabi ou Siti Badriah 

Durante estes dois meses tivemos uma média de gastos para alojamento de 18€ (foi na época alta) e de 15€ para refeições, isto para duas pessoas, mas não é difícil fazer por menos. A qualidade do alojamento a relativo baixo preço é um dos fatores que faz a malta atravessar o mundo para ir a destinos como Bali, as Gili ou Lombok. Podes encontrar alguns desses alojamentos aqui.

Nestes dois meses percorremos as ilhas de Java, Bali, Lombok, Sumbawa, Komodo, Flores, Timor Indonésio e mais umas pequenitas meio desertas. 

Começando por Java, que tem sensivelmente o mesmo tamanho de Portugal e Galiza juntos, mas com 140 milhões de habitantes, quase todos muçulmanos. Foi ali que tivemos o primeiro contacto mais a sério com o sudeste asiático desta viagem, uma vez que Singapura é um mundo à parte. A melhor forma de se deslocarem na ilha é de comboio, convém comprarem os bilhetes com alguma antecedência (2, 3 dias), por norma os comboios estão lotados. Se bem que terão que usar outro tipo de transporte, para zonas de menos densidade populacional. 

Em cidade o ideal é o usarem o Grab (tipo Uber), têm também a opção de andar à pendura numa mota. Os preços são bastante acessíveis e não terão dificuldades em comer por 3€ ou menos, arranjar um quarto duplo com wc privado e algum conforto por menos de 15€, é relativamente fácil, tirando uma ou outra data. 



Foi também em Java que fomos surpreendidos diversas vezes pela simpatia deste povo, perdemos a conta à quantidade de vezes que nos abordaram para nos cumprimentarem ou perguntarem de onde vínhamos e claro para uma selfie. 

Jodja (Yogyakarta) onde visitámos os Templos Borobudur e Prambanan (podem comprar o bilhete para os dois e sempre poupam uns trocos), as subidas ao Mount Bromo e vulcão Ijen foram sem dúvida os locais que ficaram na memória! 





O poiso seguinte foi a famosa ilha de Bali, apanhámos um ferry e já na ilha, que dizem ser dos deuses, um autocarro local que nos levou até Canggu, zona que escolhemos para passar os primeiros dias. É um local de praias, muito surf e uma vibe engraçada, e até bem mais calma que outras zonas da ilha que sofre já bastante com a massificação do turismo. Sempre com uma motinha alugada, sem dúvida o melhor meio de transporte nestes países asiáticos, explorámos a ilha nos dias que se seguiram. Passámos mais uns dias em Ubud, uma zona mais espiritual e de floresta, onde podemos fugir às multidões facilmente e ficarmos no meio da natureza com paisagens de um verde arrebatador. 

Uluwatu e Nusa Dua foram as praias onde passámos os últimos dias antes de apanharmos um avião que nos levou até Timor. Quando estivemos na Indonésia, o visto era de 30 dias e o nosso estava a terminar.
Foi na véspera de sairmos que sentimos o primeiro tremor de terra, 6.1 em Lombok, que não fica assim tão longe de Bali. Viemos mais tarde a saber que tinham morrido várias pessoas e muita destruição foi causada, acabaram por ser umas dezenas mais durante as semanas seguintes.



Regressámos à Indonésia, pela fronteira terrestre com Timor Leste, depois de uma bela viagem de doze horas num mini autocarro, pelas estradas sinuosas da ilha que nos levou até Kupang. Por falta de pesquisa não vimos que na zona há algumas das ilhas mais espetaculares do país. 
Seguimos no dia seguinte de avião para a ilha das Flores, Maumere foi o destino de um voo que nos ficou por uns 15€.


Dali fomos percorrendo a ilha, sempre nos autocarros locais, umas vezes mais à larga, outras tipo sardinhas. Tudo o que possam imaginar é transportado nesse mesmo meio de transporte. Foram realmente viagens épicas, serpentando aquelas montanhas, outras vezes passando perto do mar. Parámos numa aldeia perto de Wologai para podermos ir até ao Kelimutu, vulcão com lagos de várias cores. 
Ende e Bajawa foram as paragens seguintes, esta última para visitarmos algumas aldeias tradicionais e históricas da Indonésia.

Antes de chegarmos a Labuan Bajo numa das extermidades da ilha, parámos dois dias em Ruteng, ali estão vestígios de um dos primeiros humanóides. Nas redondezas fica também uma das aldeias mais antigas e preservadas o país, Wae Rebo.


Já em Labuan Bajo, e depois de alguma pesquisa, encontrámos o único barco disponível para fazer a travessia até Lombok, passando pelo parque natural de Komodo e umas quantas ilhas. Tinham-nos dito que era uma viagem inesquecível.
Estávamos a atravessar um período com muita atividade sísmica em Lombok e a maioria dos turistas tinha fugido para as ilhas um pouco mais longínquas, como era o caso das Flores e era por esse motivo que nenhum barco estava a fazer o percurso inverso.

No dia seguinte, quando chegámos ao barco, que era pior do que aquilo que tínhamos imaginado, mas que nos tinha ficado bem mais barato do que os preços habitualmente praticados, lá fomos com mais 3 espanhóis e uma holandesa. Nem tudo foi mau e assim sempre tínhamos bastante mais espaço, já que por norma viajam uns 25 turistas mais a tripulação.


Não tínhamos cama, era um colchão daqueles tipo campismo no convés, uma pequena sanita para todos, os banhos eram de balde e com água racionada. De noite, e enquanto o barco vai em movimento, o som do motor é quase insuportável. Tirando estes pequenos pormenores, foi das experiências mais incríveis que já tivemos.

A tripulação não falava quase nada de inglês, contudo eram super simpáticos e a comida simples, mas muito boa. 
Estivemos em ilhas desertas, vimos um vulcão em atividade a partir do mar, nadámos com mantas, tartarugas e centenas de peixes, estivemos a poucos metros dos dragões de komodo, tomámos o merecido banho de água doce numa cascata e fizemos novos amigos.


Antecipámos um pouco a chegada e, coincidências da vida, atracámos e pernoitámos na baía do porto de Lombok[cidade], onde supostamente só chegaríamos na manhã do dia seguinte. Estava previsto passarmos a noite em mar aberto, numa zona em que as águas são mais tranquilas. 
Tínhamos no telemóvel uma aplicação recentemente instalada de terramotos, que foi dando sinal durante os 3 dias cada vez que havia atividade por perto. O mar estava revolto e foi isso que levou o capitão a mudar de ideias.

Pouco passava das 22h quando tudo começou a tremer, acompanhado de um ruído assustador, como nunca tínhamos ouvido. Acordámos imediatamente, um pouco atarantados, mas acho que todos já sabíamos o que se estava a passar. As sirenes e os gritos que vinham de terra eram bem percetíveis, não estávamos assim tão longe. Pouco depois, com a quebra de energia, o pânico estava instalado. Fomos tranquilizados imediatamente pelo capitão, que nos dizia que um tsunami ali não chegava. Não ficámos muito convencidos, mas melhor do que no barco não poderíamos estar.


Pouco depois recebemos a notificação 6.9 na escala de Richter, foi bravo, estávamos mesmo ali bem perto do epicentro. A rede de telemóvel estava instável e nem sempre era fácil de perceber o que se estava a passar e qual a gravidade. Entretanto, dois membros da tripulação já tinham ido a terra e estavam a regressar num pequeno barco, onde traziam alguns dos seus familiares, os mais pequenos estavam aterrorizados. Era já o terceiro grande sismo que enfrentavam nas últimas semanas e o número de mortes ultrapassava já as 500 pessoas.

O telemóvel recebia mensagens a cada instante, quem nos estava a acompanhar e sabia que andávamos na zona demonstrava a sua preocupação, mas para nós não tinha lógica estar a preocupá-los, até porque estávamos bem, tendo em conta o que nos rodeava. Dissemos que estávamos longe dali e em segurança, informámos a embaixada do que se passava e uma amiga próxima, caso a coisa corresse mal.


Queríamos sair dali, não estávamos confortáveis no barco e não pregámos olho. Quando o dia nasceu estávamos já prontos para sair. Abraçámos a tripulação e as suas famílias, agradecemos o cuidado e seguimos caminho. O que vimos depois foi surreal. De manhã cedo, percorremos as ruas a pé até à carrinha que nos levou para sul. Via-se muita destruição, estava tudo em estado de sítio e as pessoas a dormirem no exterior numa espécie de tendas improvisadas. Por incrível que possa parecer ainda nos diziam bom dia e obrigado por estarmos ali.
Foi nesse momento que decidimos ficar na ilha. Quando chegámos ao sul, a certeza foi ainda maior, em plena época alta, estavam com os alojamentos e restaurantes vazios. Aquela gente vive do turismo e não tinha ninguém, os últimos turistas tinham saído naquele dia.

Aí permanecemos nas duas semanas seguintes, foi a forma que encontrámos de ajudar. Foram tempos muito bons, apesar de alguns tremores, que teimavam em atormentar a malta. Lombok tem lugares únicos e gente simpática, acabou por ficar na lista de lugares que onde queremos viver quando formos velhinhos. 

Dica: Para levantamentos em dinheiro, utilizámos sempre o nosso Revolut. Como levámos algum dinheiro, e como nem sempre há caixas automáticas ou terminais de pagamento em cartão, íamos trocando dinheiro. Principalmente em Bali, convém ter algum cuidado e confirmar o dinheiro que recebem, há muitas casas de cambio a oferecer uma taxa melhor do que a real e depois, assim como que uma espécie de magia, recebem menos do que era suposto.


Visto: Isento de custos para Portugueses, é feito à chegada e dá para 30 dias, podem pedir bilhete de saída antes de embarcarem para o país (avião, barco...)
Mais info aqui.

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